domingo, 22 de janeiro de 2012

Cartas para Julieta



Qualquer mulher se sentiria uma adolescente romântica assistindo Cartas para Julieta. Até parece coisa de cinema, diriam os mais incrédulos e não praticantes do romantismo. No entanto, a ficção toma como inspiração o curioso fato de Verona, na Itália, atrair milhares de mulheres que buscam a casa da mais famosa personagem de Shakespeare para lá depositarem em um muro bilhetes e cartas pedindo conselhos amorosos a jovem que morreu justamente por Amor.
No filme, baseado no livro de mesmo nome, publicado em 2010, Sophie (Amanda Seyfried) é uma jovem aspirante à escritora que viaja para Verona com o noivo Victor (Gael García Bernal) em uma lua de mel antecipada. O cenário seria perfeito e a viagem inesquecível para os dois se Victor não estivesse apenas interessado em contados com fornecedores para seu novo restaurante. Sophie, sem o noivo, passa a explorar a cidade e descobre as cartas endereçadas à Julieta.


Shopie e Victor

 Sophie descobre também que nenhuma das correspondências fica sem resposta porque um grupo de voluntárias não deixa que o mito Julieta desampare as mulheres que buscam ajuda sentimental. Em uma de suas idas ao muro onde são depositados alguns dos pedidos escritos, encontra uma carta que havia ficado sem resposta há 50 anos. Fascinada pelo relato de Claire Smith (Vanessa Redgrave), que abandonou seu grande amor quando tinha 15 anos, faz com que Sophie responda a carta perdida.

Carta de Sophie a Claire

"E" e "Se" são duas palavras tão inofensivas quanto qualquer palavra, mas coloque-as juntas lado a lado, e elas tem o poder de assombrá-la pelo resto da sua vida. "E se".. E se? E se?
Não sei como sua história acabou. Mas sei o que você sentia na época era amor verdadeiro então nunca é tarde de mais. Se era verdadeiro então, porque não o seria agora? Você só precisa ter coragem para seguir seu coração. Não sei como é sentir Amor como o de Julieta, um Amor pelo qual abandonar entes queridos, um Amor pelo qual cruzar oceanos. Mas gosto de pensar que, se um dia sentisse, eu teria coragem de agarrá-lo. E Claire se você não o fez, espero que um dia faça.
Com todo meu amor.
Julieta
Sophie a Claire

Clarie resolve não perder mais tempo e reencontrar Lorenzo (Franco Nero), o seu grande amor. Com ela vem o neto Charlie (Christopher Egan), um rapaz preocupado com a avó e com todas as emoções que ela possa sentir com o futuro encontro.
Depois de conhecerem Sophie partem a procura do Amor. Literalmente, o Amor está espalhado por todos os lugares, mas Verona será o cenário perfeito para reavivar ou desabrochar belas histórias. Charlie, um lindo inglês, encontrará na cidade dos apaixonados a libertação para a sua frieza diante do mais nobre sentimento. Libertação ou será eterna prisão? Como já dizia Baudelaire: “O amor é um crime que não pode acontecer sem cúmplice!” Então, sejamos presos! Nos rendamos sem resistência !
 Charlie e Sophie 

Cartas para Julieta preza pelo bom gosto na escolha do cenário, atores, excelente roteiro e , claro, pela forma como explorou o mais explorado de todos os temas: o Amor! Já inicia exibindo beijos famosos que ficaram no imaginário dos apaixonados.  O Beijo na Times Square (Glenn McDuffie e Edith Shain), Cupido e Psiquê, pinturas, fotos de anônimos, enfim, casais apaixonados. Sem dúvida, Cartas para Julieta é um filme sobre a resistência do Amor em tempos de desesperança nesse sentimento. Quem tiver perdendo a crença na veracidade de sua existência deve vê-lo urgentemente. Vendo Gael García Bernal interpretando o príncipe da Julieta Sophie, primeiramente talvez pudéssemos pensar: não se precisa de mais nada na vida, apenas essa realidade! Com o passar das cenas e a forte ausência do rapaz na vida da noiva, logo mudamos de ideia: O Amor é bem mais do que beleza! O Amor é um encantamento que precisa bem mais do que isso. E quando um novo amor vem na forma de Christopher Egan, atencioso e sedutor, aí sim, falta bem pouco para dizermos que não falta mais nada.

Um comentário:

  1. nos relacionamentos, eu não gosto da superfície, do supérfluo, superficial, do circunscrito apenas, eu gosto é do mergulho, das profundezas, de onde se vê a beleza que a veste esconde...onde germina a semente do amor, onde habita o coração etéreo das mulheres... esse filme, particularmente, fez-me mergulhar e mais amar... Leandro Sabbadini

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