quarta-feira, 20 de julho de 2011

Profissão Repórter


O drama vivido por crianças e adolescentes, que consomem drogas nas ruas das principais capitais brasileiras, foi abordado no programa Profissão Repórter de terça-feira, 20 de julho de 2011. De forma humana, Caco Barcelos e sua equipe de jovens repórteres, tratou de um tema polêmico e quase invisível para a sociedade.
Quem mora em uma grande cidade está acostumado a ver cenas estarrecedoras de crianças consumindo drogas. No entanto, a maior preocupação dos moradores dessas cidades é de não ser vitimado por algum delito praticado por esses jovens. De uma forma egoísta, as pessoas não se comovem com a situação de abandono vivido pelas crianças moradoras de rua e usuárias de drogas; elas passam apressadas, sempre apressadas de mais para perderem tempo.
O programa resolveu enxergar o problema e mostrou jovens agindo de forma descontrolada em crises de abstinência. Chutes, mordidas e cusparadas são suas defesas irracionais contra os profissionais e voluntários dispostos a ajudá-los. Na tentativa de acalmar um jovem recén-chegado ao abrigo, seis profissionais tentam contê-lo, mas a resistência do garoto, acaba deixando um médico exausto; depois de segurá-lo por longo tempo,desiste temporariamente da missão até recuperar as forças.
O programa também mostrou que as crianças moradoras de rua e usuárias de drogas, geralmente, são filhas da própria droga. Mães e pais usuários que deram ao mundo uma nova geração de consumidores. As crianças vindas dessa união também têm o destino de abandono e acabam dando continuidade ao ciclo de horrores.

A situação em que eles se encontram, à princípio, nos faz olhar para esses garotos e garotas com olhos de espanto, depois com um olhar de pena e daqui alguns minutos não é difícil imaginarmos o porquê de muitas famílias os terem abandonados. A força que adquirem quando estão sentindo falta das drogas é espantosa e dos lares que eles fugiram, assim como foi mostrado no programa, geralmente restam apenas avós, cheias de netos abandonados por mães presas e pais assassinados.Como idosas poderiam contê-los?
A situação é complexa e não envolve apenas uma geração de crianças dependentes da maconha e do crack. Trata-se de uma sequência de gerações consumidas pelas drogas. Avós, mães, pais e filhos herdando um pecado original adquirido ao provar a primeira tragada. Pessoas que perdem a referência do que é família; pessoas que estão entregues a má sorte que a droga escolher.

Um comentário:

  1. Bom texto, porém não acho que maconha deveria ser citada na mesma escala do que o crack. Há estudos comprovando que a maconha causa menos dependência e danos à saúde do que a bebida alcoolica. Por que as pessoas insistem em generalizar? O crack, a cocaída, heroína.. essas drogas são as vilãs.

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